Fórum -Texto 1



Todos almejam a felicidade. No pensamento freudiano, o ser feliz vincula-se à plena satisfação dos desejos, ao viver sem limites. No entanto, Freud também afirma em "O mal-estar na civilização" que viver em coletividade exige renúncia: não se pode fazer tudo o que se quer. Existe um ideal cultural e, a partir dele, foram estabelecidos limites e organizadas instâncias reguladoras das relações sociais – as leis. “Mas tudo isso se contrapõe à natureza original do homem. No intuito de restringir os movimentos pulsionais que podem gerar conflitos e desavenças no convívio social, os homens trocaram parte de sua liberdade por uma parcela de segurança.
O superego - o "inquilino" na tirinha acima - é um depositário das normas e princípios morais do grupo social a que o indivíduo se vincula. Nele se concentram as regras e as ordenações da sociedade e da cultura, representadas, inicialmente, pela família e, posteriormente, internalizadas pela pessoa. Esse "inquilino" provocou um mal-estar necessário em Mafalda.


Baseado em suas leituras e reflexões nos textos do material de apoio, faça o seu comentário do texto acima. Em outros momentos, comente quatro considerações de seus colegas a respeito desse texto.

73 comentários:

  1. Nesta tira fica claro o que presenciamos na sociedade de hoje, a vontade de satisfazer seu desejo acima das normas da lei, o id acima do superego. Difícil é vermos este ideal do superego agindo sobre as pessoas, adultos, que corrigem os filhos, sabem dizer na ponta da língua as condutas a serem seguidas, porém nas pequenas atitudes, desconsideram o que haviam dito. No Japão, pequenas atitudes como estas dificilmente são colocadas em discussão, pois é uma atitude normal das pessoas e devolver o troco corretamente, de poderem ter a liberdade em confiar no outro, quase que totalmente, pois dificilmente vivem situações de furtos e roubos, ou injustiças. Devolver um centavo é normal e justo. Pois a justiça, o superego impera na sociedade, desde os mais velhos tempos e ser acusado de um erro ou atitude que venha a prejudicar o outro, perante a sociedade, é tão humilhante, que fazem até grandes empresários aparecerem na rede pública, pedir desculpas e chorar. O comportamento social se impõe ao individual, porém é comum assistirmos a adolescente com problemas sérios psicológicos que cometem suicídios, por conta dessa pressão e cobrança social. Vivemos num país onde impera a injustiça, onde os valores estão cada vez mais frágeis e inexistentes e o ser humano quase que invisível em sua essência.

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    1. Oi Melissa! Achei interessante você citar o Japão como exemplo. Para nós, brasileiros, são extremistas esses casos de suicídio e de pedidos públicos de desculpas, mas é algo para se pensar. Eu até me lembrei de um e-mail que eu recebi sobre a educação japonesa e a europeia. Não lembro qual o país, mas já ouvi dizer que existe uma espécie de urna onde o usuário deposita o dinheiro e retira um (e apenas um!) jornal. E dá certo. Imagine uma coisa dessas aqui... Imagine se cada empresário ou político tivesse que se desculpar publicamente na televisão por gestão fraudulenta e desvio de verbas! Estamos vivendo uma crise de inversão de valores, onde o errado se torna certo e quem age corretamente é fracassado.
      Quanto a corrigir os filhos, é uma tarefa complicada e cansativa, pois não dá para criar filhos éticos na base do “faça o que digo, mas não o que faço”. E é difícil para o pai ensinar o filho a levar seu prato sujo para a pia depois de comer se ele mesmo tem preguiça de fazer isso. Nós, adultos, sabemos que certas regras podem ser eventualmente quebradas sem que isso se caracterize como transgressão, mas uma criança ou adolescente não possuem esse discernimento.

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    2. Orientador: Alberto A. Maia22 de abril de 2013 às 11:03

      Olá Melissa e Bruna,
      Ótimo começo! Muito bom!
      Essa minha primeira postagem é só para realçar o conteúdo da presente discussão.

      O Superego é uma estrutura mental inconsciente que adquirimos em nossas vivências sociais e molda os nossos pensamentos e sentimentos; faz a censura dos impulsos e instintos que a família, a sociedade e a cultura proíbem. Funciona como inibidor do Id, impedindo o indivíduo de satisfazer plenamente seus instintos e desejos. Manifesta-se à consciência indiretamente, sob a forma da moral, como um conjunto de interdições e de deveres, e por meio da educação, pela produção da imagem do "Eu ideal", isto é, da pessoa moral, boa e virtuosa.
      É o superego (inquilino da personagem Mafalda) que a impede de tomar uma decisão contrária a valores construídos e adquiridos em família e em sociedade. Esse conjunto de regras e interdições age contra a expressão e concretização dos desejos (Id).
      “A civilização se constrói sobre uma renúncia ao instinto”, assim dizia Freud.

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    3. Será que estamos constatando o Superego enfermo, em constante desconstrução, numa Instituição Família sem valores, numa Instituição Escola desautorizada, numa Instituição Igreja comercializada?????? Como reestruturar limites, a pessoa de moral, boa e virtuosa....se a sociedade atual cultua vantagens, luxúria e imediatismo?

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    4. A preocupação do homem atual com os próprios desejos nos leva a refletir sobre as inúmeras transformações pelas quais vem passando a sociedade no século XXI. Esta se apresenta cada vez mais imediatista, consumista e voltada para o individualismo. Valores subjetivos, fortemente ligados às tradições comunitárias vêm perdendo sua força devido à fragilização das leis e limites necessários para uma convivência adequada.

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    5. Na instituição família, percebemos em grande parte de pais, ou responsáveis, dificuldades em querer assumir as suas responsabilidades de cuidar, orientar e ensinar princípios básicos de educação e valores. Como consequência, crianças e adolescentes são entregues à própria sorte, sendo levados por grupos de amigos, pela mídia, por ídolos, não sendo moldados por limites saudáveis que os impeçam de agir de forma inadequada.
      Os pais devem, urgentemente, exercer autoridade adequada e equilibrada sobre os seus filhos, impondo os limites necessários para que eles não venham a passar por situações que ponham em risco a integridade física e psicológica.

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    6. Na escola, sente-se o reflexo do abandono com crianças e adolescentes vulneráveis, inseguros, com baixa estima e muitas vezes apresentando um nível considerado de agressividade.
      Sabe-se que a educação, a formação moral e ética estão entre as maiores riquezas que uma pessoa pode ter, mas para isso é necessário um grande investimento em tempo, atenção, orientação dedicados principalmente pela família e, posteriormente, por outras instituições.
      Enfim, não podemos nos isentar das responsabilidades que cada um tem no processo da formação humana.

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    7. Muito enriquecedor o seu exemplo, Melissa.Concordo com você em relação ao respeito as leis e ao próximo.Como já mencionei em outa postagem,essa consciência se dá com bons exemplo em casa e na sociedade.Essa hábito de levar vantagem em tudo está tão enraizado, que só com muita luta poderemos reverter.Concordo também, que os extremos não é a melhor solução.

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    8. Alberto,

      Quero fazer um pequeno parêntese relativamente à diferença entre moral e ética, uma pessoa pode agir de forma moralmente aceite pela sociedade, porém, isto não significa que ser ético.
      “A moral incorpora as regras que temos de seguir para vivermos em sociedade, regras estas determinadas pela própria sociedade. Quem segue as regras é uma pessoa moral; quem as desobedece, uma pessoa imoral. A ética, por sua vez, é a parte da filosofia que estuda a moral, isto é, que reflete sobre as regras morais. A reflexão ética pode inclusive contestar as regras morais vigentes, entendendo-as, por exemplo, ultrapassadas. Logo, embora seja possível e, mesmo comum, ser ético e moral ao mesmo tempo, ética e moral não são sinônimas. Também é perfeitamente possível ser ético e imoral ao mesmo tempo, quando desobedeço uma determinada regra moral porque, refletindo eticamente sobre ela, considero-a equivocada, ultrapassada ou simplesmente errada.” (definição de Gustavo Bernardo, UERJ)
      Outra confusão comum é classificar de ética o espírito de corpo, que tem tudo a ver com moral mas nada com ética. Um médico seguiria a “ética” da sua profissão se, por exemplo, não “dedurasse” um colega que cometesse um erro grave e assim matasse um paciente? Neste caso, o tal do espírito de corpo não tem nada a ver com ética e tudo a ver com cumplicidade no erro ou no crime.
      Posto esta definição, vejo o superego como equivalente a ética, quando se tem um comportamento adequado, justo, mesmo diante de situações em que poderia agir de forma apenas moralmente aceite da sociedade.

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    9. Hoje em dia valores se perderam, nós que trabalhamos com a Educação vemos cada vez mais jovens mal educados, que não respeitam princípios,não respeitam as pessoas e se acham o centro do Universo mas sempre penso que muito desses erros vem da família muitas vezes desestruturada, de pais que acham que foram muito punidos na infância e querem deixar os filhos sem punição nenhuma e a criança sabendo disso "monta" nos pais e não aceita e nem respeita regras de ninguém.Eu quando criança reconhecia um olhar dos meus pais e olha que sempre tive uma personalidade fortíssima, por isso não aceito quando ouço de uma mãe"ela é assim ,mal educada, porque tem personalidade"...a minha personalidade forte acabava num olhar rígido da minha mãe...meu pai faleceu há quase 5 anos e o respeito era o mesmo de quando era criança,nunca,jamais levantaria a voz para ele em hipótese alguma.Aprendi a ter limites desde que me entendo por gente e isso sempre me fez muito bem,tornou-me uma pessoa melhor,uma profissional responsável e o mais importante... uma pessoa feliz...

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  2. Achei interessante o fato da Mafalda não apontar para a cabeça, mas para o peito, ao se referir ao "inquilino". O superego é uma instância mental, portanto suas informações permanecem armazenadas no cérebro. Mas uma pessoa bem educada, que possui limites, ao transgredir, sente “sintomas” típicos do “peso na consciência”, como o aperto no peito. E é importante lembrar que a educação dos pais vem geralmente carregada de afeto, e eu acredito que a Mafalda tenha sentido o afeto de sua mãe e o medo de desapontá-la ao decidir não gastar o troco da padaria em balas.

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    1. “Peso na consciência”, quantas vezes ouvi meus pais repetirem esta frase, este “peso” a que se refere é o acúmulo de valores morais inseridos de tal forma enquanto criança, que transborda o nível da consciência e acaba por invadir o inconsciente e lá permanecem, vindo á tona toda vez que as vontades conscientes conflitam com o conteúdo destes valores, acabando por inibir atitudes que conscientemente tomadas poderiam e iriam ir contra tudo o que foi ensinado como “certo”. É essa carga moral que não está sendo devidamente depositada na criação dos filhos hoje em dia, são ensinamentos tão superficiais que mal adentram os ouvidos das crianças, quanto mais criar um “peso” que ultrapasse a barreira consciente. Não há tempo para isso, não há exemplo para isso. São relações familiares baseadas em consumo desenfreado, diálogos inexistentes e condutas desvirtuadas.

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    2. Rodrigo, acredito que mesmo o que mais favorece esta educação superficial é a falta de exemplos.E em muito a mídia contribui para isto.

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    3. Rodrigo,

      Realmente o conceito de “Peso na consciência” tem se tornado, infelizmente, cada vez mais raro de ser percebido na nossa sociedade e assim como você, concordo que a base deste comportamento é a família que tem se abstraído cada vez de suas obrigações, em nome de um individualismo radical, cada membro da família cuida apenas dos seus próprios interesses, numa busca desenfreada por prazeres, que na maior parte das vezes, se revela ineficaz, mas serviu para destruiu a formação deste “peso na consciência” tão necessário à boa convivência social, afinal, este precisa de tempo, paciência, persistência, amor, dedicação e muitos bons exemplos para poder se desenvolver.

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    4. Concordo plenamente com você,Rodrigo.Vivemos uma total inversão de valores de toda ordem.Não existe mais o peso na consciência ao fazer algo errado, que nossos pais nos ensinaram.Hoje, o que impera é a impunidade, o desrespeito,pois não há bons exemplos a serem seguidos dentro da própria família.Prova disso, é o que vivemos diarimente em sala de aula.

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    5. O problema é justamente este Carmem: os valores. Como haverá “peso na consciência” ao se fazer algo errado, se esse errado para você vai me trazer prazer? Em um mundo onde se impera as vontades individuais e as questões de grupo são deixadas de lado, essa consciência pesada deixa de existir, pois ela só existe quando a pessoa para de olhar o seu próprio umbigo e passa a ver o coletivo.
      (Valéria)

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    6. Olá Bruna,

      Gostei muito da tua observação sobre a importância da afetividade na educação dos filhos, concordo contigo, quanto maiores forem as expectativas positivas dos pais relativamente ao desempenho dos filhos, mais difícil será para estes filhos desapontá-los.
      È bem fácil de comprovarmos isso nas reuniões de pais e mestres, regra geral, os alunos de melhor desempenho são aqueles de pais que possuem altas expectativas, enquanto, os alunos de baixo rendimento, regra geral, têm pais que possuem baixas expectativas em relação ao desempenho de seus filhos.

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    7. A principal caracteristica da Mafalda é sua preocupação com a humanidade e a paz mundial. Embora seja uma menina de seis anos de idade, a personagem se rebela com o estado atual do mundo, possui uma visão aguçada da vida e questiona o mundo a sua volta. Acredito que exatamente por ser uma personagem tão humana é que a Mafalda se refere ao “inquilino” apontando para o coração. Acredito que para a personagem, a maior demonstração de humanidade está diretamente relacionada aos sentimentos. Nesse caso o respeito pelo o que é correto fica evidente quando ela devolve o troco para a mãe. Ter a consciência limpa é mais importante do que um pequeno momento de prazer que seria obtido por alguns doces. A tirinha demonstra o quanto a Mafalda é sensata.

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  3. As leis devem existir na orientação destas regras sociais que garantem os limites e o respeito pelo outro,gerando segurança. Poucas leis, para todos, bem aplicadas geram segurança de justiça e igualdade, contudo nossas leis são muitas, nem sempre aplicadas, e infelizmente, nem sempre para todos.Por exemplo, no proposta do video, sujou limpe, contudo pelo ECA, artigo 18,não se pode colocar a cça em situação vexatória, fazê-la limpar o que sujou pode gerar constrangimento e acabar por colocá-la numa situação vexatória. Assumir as consequências dos atos está sendo cerceada ironicamente pelas mesmas leis que deveriam garanti-las.

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    1. Realidade totalmente contraditória e amoral, perante a lei! Será que este comportamento é condizente com o que queremos construir? Como queremos formar pessoas cooperativas, colaborativas e solidárias, quando a lei ensina a injustiça? A mesma injustiça que reinou neste país durante a escravidão, as pessoas com melhores condições estudam e as que não possuem estas mesmas condições limpam, única diferença é que são pagas e as pessoas que estudam são netos e filhos das que limpam!O pior é ensinarmos no ambiente de ensino estas atitudes, pois segundo o ECA a situação de limpar o que sujou é vexatória para a criança. Conseguimos explorar outras pessoas, afinal, para que limpar o que eu sujei, se há pessoas sendo pagas para limpar? Este é o pensamento que impera entre as pessoas. Que “superego” estamos construindo? Já que nossa estrutura mental inconsciente está sendo formada por uma cultura social vivida nas abordagens da hipocrisia, onde nós educadores nos sentimos inúteis perante estas leis? Acredito que é necessário nós educadores apontarmos caminhos que a política desconsidera, guiados pelo desejo de nos esforçar cada dia mais para organizar, articular e tornar lógico o conhecimento, atingindo um compromisso radical com a vida, através de uma ética social que possa repercutir na manifestações do inconsciente de nossos alunos e da nossa sociedade. E o desafio é imenso atualmente! Voltando ao tema “Japão”, no país, as crianças são limpam toda a escola, desde os banheiros até o jardim, resultado: não há sujeira na escola e no quintal, nas ruas, não há pichações, e os alunos valorizam melhor a escola! E todo dinheiro que seria gasto com a limpeza na escola, é revertido para o benefício dos próprios alunos. Infelizmente nossa realidade é totalmente oposta!

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    2. Orientador: Alberto A. Maia23 de abril de 2013 às 16:43

      É isso mesmo Elaine! Concordo com você quando diz que as leis que deveriam fazer com que o indivíduo assumisse as consequências e responsabilidades de seus atos, são afrouxadas ou interpretadas de modo a não criar nenhum sentimento ou disposição que se traduza em respeito e consideração pelos outros.
      A lei deve conduzir à disciplina e liberdade; por isso, deve ser firme e não se mostrar débil em seu cumprimento. Deve levar, às vezes, ao constrangimento ou, se preferir, ao “mal estar” segundo Freud para que, à exemplo da personagem Mafalda, sejam tomadas decisões adequadas na vida em sociedade.
      Achei muito pertinente a reflexão de Eugenio Mussak sobre a disciplina em um ambiente de liberdade:
      “A disciplina não aprisiona, pelo contrário, liberta a pessoa do sofrimento que vem dos sonhos não realizados, das frustrações provocadas pelo desperdício de oportunidades.
      Já a indisciplina é a grande mãe do fracasso. Os indisciplinados são escravos dos seus próprios sentimentos, o que faz com que não tenham tempo para construir e realizar as coisas importantes da vida. Sem disciplina ninguém chegará a lugar algum. A pessoa pode ter um potencial enorme, mas sempre terá dificuldade de atingir seus objetivos.
      Sem disciplina, o indivíduo é governado por seus hábitos e pelos seus impulsos, o que, certamente, trará grandes desconfortos e angústias que poderiam ser evitadas."

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    3. A visão do ECA é absurda e dá brechas a diversas inversões de valores. A criança não pode limpar o que sujou ou ser punida por alguma infração por que isso não só é uma violação de seus direitos como também um vexame. Já ouvi de um colega de faculdade (!), ao rabiscar uma mesa, que "se ninguém sujasse a sala, não haveria emprego para as pessoas que a limpam"! Também me recordo de um caso que o professor mandou o aluno limpar suas "pixações" na carteira, e no dia seguinte a mãe veio reclamar com a escola que o produto de limpeza usado provocou alergia na mão da criança. Imagine como deve ser na casa dessa família, o filho vai crescer achando que o mundo é culpado por seus problemas!
      Ontem assisti a uma reportagem onde um menor de idade foi apreendido três vezes pelo mesmo crime. Ele não pode ser preso pois “isso viola seus direitos”. E os direitos das pessoas que ele matou, ficam onde?

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    4. Não ficam...se você comentar com um Conselheiro (do Conselho Tutelar) ele com veemência defende seu papel de defensor do menor, contudo em 99%, do menor infrator, simplesmente por ele tem direitos por ser infrator e sua única penalização são medidas socio-educativas;;não senhor/sim senhor - dentro das Fundações Casa, sem limites, sem punições, sem responsabilidades...muito triste...

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    5. Concordo, Elaine.As leis devem existir e ser aplicadas igualmente a todos,para que os limites de que tanto falamos sejam respeitados e se faça justiça.Em relação ao ECA, dá todos os direitos as crianças, mas tem que ser ressaltado que existem deveres que, mesmo sendo adolescentes, devem ser cumpridos.

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    6. Olá Alberto,

      Muito interessante relacionar a disciplina com liberdade, muitas vezes o senso comum coloca estes dois conceito como antagonistas, porém, eu concordo com a reflexão que postou do Eugenio Mussak que a disciplina não aprisiona mas sim liberta o indivíduo das frustrações a que está sujeito quando se permite ser indisciplinado.

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    7. Gosto muito de uma música que diz:

      "Disciplina é liberdade; Compaixão é fortaleza; Ter bondade é ter coragem..."

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    8. A dificuldade dos pais em ceder aos desejos aliado à dificuldade em dispensar tempo e atenção ao filho que não viram o dia inteiro, poderá despertar sentimentos de culpa. A tensão entre a vida profissional e o cuidado aos filhos associado aos sentimentos de culpa é responsável segundo alguns especialistas relacionados com a educação, pela prática de compensação, onde o compensar as crianças com objetos de seus desejos passa a ser comum.
      Quando os pais se sentem em falta para com os filhos surge o aparecimento de práticas educativas permissíveis.

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  4. Acredita-se que deveria ser a família a primeira instituição formada a acolher a criança e apresentar para ela as regras sociais, dar-lhe com isso segurança, no conforto do amor familiar, com responsabilidades por atos e escolhas,contudo, a família se desfez, os pais se isentam das responsabilidades da criação dos filhos,substituindo-as pelas responsabilidades da subsistência dos mesmos...é como se não houvesse tempo para a criação e educação dos filhos,o precioso tempo precisa ser usado para ganhar dinheiro e comprar...comprar o necessário e para compensar a ausência...comprar o desnecessário.

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    1. É exatamente isso, não se dispensa mais o tempo devido à educação dos filhos, a qual demanda um gasto pessoal muito grande, não apenas nas grandes tomadas de decisões, mas na atenção nas pequenas coisas, que de pequenas não tem nada, pois são constantes e sua somatória produzem resultados consideráveis, tanto para o que é certo, quanto para a impunidade quando não corrigidos. Um brinquedo que aparece, um bilhete da professora, uma desobediência por menor que seja, tudo tem que ser devidamente tratado com importância. Isso requer tempo, paciência,afeto e sabedoria.

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    2. Acredito Rodrigo, que se faz necessário também o amor...quem ama cuida, és responsável pelo que cativas....hoje escuto muitos pais delegando suas funções ao Conselho Tutelar, como se esta Instituição como a Escola, tivesse uma varinha de condão e milagrosamente, o apelo do professor ou do conselheiro tivesse mais força do que o apelo feito pela mãe ou pelo pai.Tal autoridade se perdeu, entrou em descrédito quando a mãe deu mais importância ao novo companheiro e deixou o filho do outro casamento em segundo plano...quando o pai refez uma nova família e destruiu a primeira...Eu diria que 90% dos casos de alunos indisciplinados, arrogantes, sem escrúpulos, irônicos, tem um histórico de rejeição, que trouxe perca de vínculos, falta de amor...falta de referências...falta de exemplos....

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    3. Amor acima de tudo ,mas amar não é deixar a criança fazer o que quiser na hora que quiser, não é dar tudo que a criança quer sem lembrar que o mais importante é atenção e carinho,cuidado e acima de tudo educar,dar responsabilidades,ensinar a viver em sociedade ,respeitando os outros e os seus espaços.Fui criada com limites,respeitando as pessoas e sendo repreendida quando estava errada.Isso me fez mal?Pelo contrário, aprendi a enfrentar problemas e dificuldades,aprendi a lutar pelos meus objetivos sem esperar nada cair do céu e sou grata a quem me educou e me fez dar importância ao que realmente é essencial a vida: os valores .Sou grata por devolver troco que me dão errado, por respéitar o próximo, por não conseguir deixar nenhuma obrigação de lado e por ter tido como exemplo pais honestos,rígidos e humildes e que sempre demosntraram um amor incondicional a mim e a minha irmã.

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  5. Olá Colegas! Não consegui escrever um pequeno texto. Mas essa reflexão pode ser utilizada nos três textos. Vamos lá.
    Não há liberdade absoluta. A liberdade, para ser absoluta, tem que ser universal; não podemos defini-la de acordo com quaisquer circunstâncias particulares. “O homem está condenado a ser livre”, diz Sartre. De fato o homem é livre no seu querer e atuar, mas ele não é absolutamente livre, sem limites nem restrições. Cada um vive numa situação única e concreta da sua existência, traz consigo como herança determinadas aptidões espirituais e corporais. Desde a infância está interagindo com meio que o rodeia, pelas influências da educação, pelo ambiente espiritual, ético, religioso e ideológico em que cresce e se desenvolve; vive em determinadas circunstâncias nacionais, sociais, políticas e culturais que contribuem para sua formação. Em todos estes casos está restringida a nossa liberdade: com a limitação da nossa existência finita e singular, do nosso conhecimento finito e sempre incompleto, da nossa vontade finita e reduzida a um estreito campo de ação. Tudo isto se conjuga para que a liberdade do homem só possa ser uma liberdade condicionada e limitada.
    Definir a liberdade como um princípio é um erro. Deve ser um fim. A liberdade como um princípio é um adorno retórico, que esconde a vigência de algum princípio totalmente diverso. Quando um educador em aula proclama que “a liberdade de um termina onde começa a do outro”, ele está reconhecendo sem perceber, que a liberdade é apenas relativa e limitada, deixada ao cidadão determinada por uma ordem jurídica estabelecida. O princípio aí fundante é, pois, o de “ordem”, não o de “liberdade”. Isso basta para demonstrar que a “liberdade” não é jamais um princípio, mas apenas a decorrência mais ou menos acidental da aplicação de um princípio totalmente diverso.
    Quando você limita a liberdade de um para preservar a de outro, como acabei de demonstrar, o que aí está sendo aplicado não é o princípio da “liberdade”, mas o da “ordem” necessária à preservação de muitas liberdades relativas. A ordem e a consequente garantia dessas liberdades relativas deve ser o objetivo de qualquer sistema educacional.
    Não há entre a liberdade e a ordem uma relação de oposição, como muitos educadores modernistas acreditam, mas uma relação de dependência da primeira com a segunda: a liberdade é um elemento da ordem, não havendo, portanto, escolha entre “mais liberdade” e “mais ordem”, mas sim apenas entre ordens que fomentam a liberdade e ordens que a estrangulam. No caso, devemos buscar as ordens na educação que fomentam a liberdade de nosso jovens.
    Portanto, o discurso de liberdade como princípio sem limites dos educadores modernistas, por si só caracteriza um cárcere. Pois não há liberdades relativas sem ordem. A ordem é o fundamento das liberdades relativas, e assim, quando um educador modernista recusa a ordem, muitas vezes sem saber, esta condenando toda possibilidade de uma “vida livre” dos educandos. “O homem é escravo de tudo aquilo que o domina”, um educando sem ordem (emocional, intelectual, financeira, familiar, de conduta...) é imaturo, egoísta, instável; tem muita dificuldade de convivência social e familiar, dominado pelos prazeres mais banais e pelos vícios. Um verdadeiro escravo travestido de um ser moderno e livre, está acorrentado pelas vicissitudes da vida, mas crê que em sua liberdade e que sua realidade objetiva é fruto de uma “livre escolha”.

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    1. Em todo sistema político, e, portanto, deveria ser em toda escola, a liberdade é sempre e exclusivamente um espaço de manobra repartida entre os vários agentes dentro da ordem jurídica existente; que a ordem é a condição possibilitadora da liberdade, e não esta daquela, como se vê pelo simples fato de que pode existir uma ordem sem muita liberdade, mas nenhuma liberdade fora da ordem. A ordem pode inspirar-se no desejo de ampliar a margem de liberdade até o máximo possível, mas não há por que confundir entre o ideal inspirador de uma construção e os elementos substantivos que a compõem. Por definição, a ordem, qualquer ordem, da mais libertária à mais autoritária, não é um sistema de franquias e sim de obrigações, restrições e controles. Cada direito assegurado a um cidadão nada mais é do que uma obrigação imposta a outros. Uma ordem libertária, só pode ser concebida como um sistema complexo de controles idealmente recíprocos destinado a limitar a liberdade de todos de modo que a de um não se sobreponha à dos outros: a liberdade do agente individual é a margem que sobra no fim de todas as subtrações de parte a parte.
      O perigo, e um tanto paradoxal, é o fato de que o mesmo processo necessário à preservação das liberdades pode se tornar opressivo quando os direitos proclamados são muitos e desproporcionais. Isso explica a nossa dificuldade como educador, pois é justamente o que faz o ECA com os nossos jovens e crianças, que para estes desfrutarem de uma liberdade, quase incomensurável, provocam uma brutal restrição da liberdade de todos os demais, no caso, de todos os adultos e idosos; inclusive e principalmente a liberdade dos educadores que convivem diariamente.

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    2. Reconheço que nenhuma ordem é perfeita nos seus próprios termos. A ordem pode ser totalitária, quando oprime todos os cidadãos e concede a uma elite política uma liberdade “ilimitada”, assim como uma ordem libertina, nefasta, como nossa democracia, que também erra, mas no sentido oposto. A segunda, na busca de uma liberdade “ilimitada” do cidadão, especialmente do menor, gerou o caos e quase a destruição mútua dos que desfrutam dessa “ilimitada” liberdade. Pois na ausência de uma ordem bem estabelecida, vem uma grave limitação da liberdade pelo medo e pelo caos.
      Assim, a liberdade, a ordem e os limites não se opõem. Ao contrario, a ordem e os limites são um fundamento necessário para as liberdades relativas. A ordem não é perfeita, e ela mesmo pode ser o maior entrave para a liberdade. Há ordens que fomentam a liberdade e ordens que a estrangulam. A ordem totalitária estrangula porque oprime todos os cidadãos e detrimento da liberdade “ilimitada” da elite política. Mas a nossa ordem democrática sem limites bem definidos, libertina e nefasta também é um entrave à liberdade, porque nos torna escravos do caos, do medo e de outros males.

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    3. Orientador: Alberto A. Maia27 de abril de 2013 às 11:47

      Bela e necessária reflexão, Lanzoni!
      Aprecio muito a inscrição moderna e iluminista em nossa bandeira: "Ordem e Progresso", pois, como disse o Lanzoni: "na ausência de uma ordem bem estabelecida, vem uma grave limitação da liberdade pelo medo e pelo caos."; e acrescenta: "Há ordens que fomentam a liberdade e ordens que a estrangulam. A ordem totalitária estrangula porque oprime todos os cidadãos. Mas a nossa ordem democrática sem limites bem definidos, libertina e nefasta também é um entrave à liberdade, porque nos torna escravos do caos, do medo e de outros males."
      Pois bem! Na falta de ordem e limites, o indivíduo dá vazão às suas vontades pois o que importa é a satisfação imediata dos desejos na busca de prazer e felicidade imediata.
      Segundo Freud, os esforços da civilização devem ser direcionados principalmente para a sublimação desses impulsos, de forma que prevaleça não a vontade do indivíduo, porém, do grupo norteado por princípios de justiça e razão que proteja o bem comum. E o mesmo Freud adverte: “uma satisfação irrestrita de todas as necessidades apresenta-se como o método mais tentador de conduzir nossas vidas;isso, porém, significa colocar o gozo antes da cautela, acarretando logo o seu próprio castigo”
      A educação hoje é regida pelo princípio do prazer, contrapondo-se à dor, aos limites e restrições essenciais ao processo civilizatório. A liberdade e direitos individuais são garantidos até as últimas consequencias, mesmo que o grupo venha a arcar com prejuízos incalculáveis. Quantas e quantas vezes já presenciamos classes inteiras serem sistematicamente prejudicadas durante todo o ano pela indisciplina constante de três ou quatro alunos que não abdicaram da satisfação de seus desejos em favor do grupo? "Como conciliar a liberdade com os limites necessários para uma boa convivência, em uma sociedade não educada em valores e frágil na aplicação de suas leis?"

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    4. O que percebo, que sentimos a necessidade de tal ordem para garantir a liberdade, se constrói juntamente com nosso amadurecimento emocional, social.. o que vemos hoje são adultos com a síndrome do Peter Pan, imediatistas, com rebeldias sem causa, com receio de assumir responsabilidades, sempre procurando culpados por suas escolhas erradas...igualzinho seus filhos, os quais defendem no erro, ou por não enxergarem seus erros nos filhos, ou por justamente enxergarem e não quererem assumir seus erros na criação dos filhos, ou até mesmo por comodismo...a metamorfose para a vida adulta requer sofrimento e mudanças radicais.

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    5. A liberdade ,não tem como não dizer , que está vinculada a limites e não há como separá-los. E a criança
      precisa aprender o conceito de que nem sempre se pode fazer tudo o que se quer.

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    6. O problema é que os jovens de hoje em dia já nasceram em uma cultura bastante marcada pela educação liberal e a delimitação dos limites de conduta se transformou em tarefa difícil, quase impossível, tamanha oposição que sofrem pais e educadores pela conjuntura social moderna.
      A escola, tanto quanto o lar, teve que se adequar a essa tendência "libertadora", e eram mais "legais" quanto mais permissivos fossem os professores, as escolas ou os pais. Surgiram assim as mães e pais tão amigos dos filhos a ponto de comprometerem o próprio papel materno e paterno, apareceram as professoras "mãezonas", que temendo um rótulo de conservadoras, assumem uma postura excessivamente permissiva e uma atitude ridiculamente jovial. Esses tipos de professores invertem os papeis e, ao invés de estimularem seus alunos para que eles tenham uma postura mais adulta e responsável, submetem-se à posição limítrofe entre o modernismo e a omissão. Decididamente, poucas dessas "mãezonas" servirão de exemplo vívido nas memórias de seus alunos como alguém a ser seguido e cultuado.(Fonte: Psiqweb)

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  6. Nanci Marti Chiovitti25 de abril de 2013 às 23:00

    Como solicitado, vou postar um primeiro comentário sem me referir aos dos demais colegas.A tirinha mostra que Mafalda tem um senso ético e moral formado a partir de sua percepção de mundo, dos valores que ela adquiriu. Sua consciência dos
    problemas mundiais ajudou a gerar esse senso ético e moral. É o que a leva a querer fazer a "coisa certa", pois pensa em corrigir injustiças, em ter um mundo mais justo.
    Muitas vezes, é isso que falta aos nossos alunos, que parecem não se interessar por nada além de prazeres momentâneos e não se questionam sobre a origem dos
    problemas sociais, políticos e econômicos.

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    1. As preocupações de nossos alunos estão muito aquém daquilo que possamos esperar deles, não chegam ao menos no nível “de si mesmos”, estão completamente inseridos nessa cultura momentânea, de prazeres sem limites, não se importam com o futuro que lhes esperam. Seus anseios são muito fúteis e sem fundamento racional, querem apenas o celular da moda, o videogame da moda, dizer e agir como a cultura vigente se apresenta, e é notória a falta de acompanhamento e ciência da família em suas posições, pois a única participação dos pais em seus relatos, é de que “me deram isso”, “não ligam pra isso”, “não se importam com o que acontece comigo”. E o problema maior reside aí, tudo isso é real, pois em nossas reuniões de pais e mestres, a ausência dos responsáveis é imensa.

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    2. Rodrigo, infelizmente foi tirado do nosso jovem até mesmo o prazer de sonhar, de criar expectativas...não preciso estudar, não preciso trabalhar...tem bolsa família, bolsa gás, bolsa bolsa (kkkkk), cesta básica, leite doado...óculos doado...fralda doada....passe de ônibus arranjado...alguém vai dar um jeito...sempre alguém dá...se engravidar a avó cuida com ajuda das vizinhas, da promoção social...a escola é de graça, a merenda é de graça, o uniforme é de graça, o material escolar é de graça...vou me empenhar e estudar para que se o passar de ano é praticamente garantido com as novas políticas educacionais...Está sobrando emprego...qualquer coisa tem o salário desemprego, o sorteio dos apartamento do CDHU....o prazer da conquista, o mérito do planejamento foi assassinado pela política assistencialista e pelo trabalho voluntariado( sem exigência de preparação com ajuda de custo)....

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    3. Isso é realmente muito triste, pois sem sonhos, sem expectativas, as pessoas simplesmente sobrevivem! E muitas vezes sobrevivem a qualquer custo, empurrando sua responsabilidade a outros. "Não preciso trabalhar, a avó cuida do meu filho, não preciso fazer nada, é só relaxar e sobreviver". Olha o comodismo que isso gera, a pessoa fica tão habituada à inércia que o mundo pode desabar e ele estará ali, assistindo!

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    4. Bruna, infelizmente os nossos educandos não têm sonhos, até por que seus familiares não estimulam a sonhar e muito menos planejar ou vislumbrar o futuro a médio e longo prazo. Hoje nossas crianças simplesmente vivem o momento imediato e não se preocupam se quer com o que pode acontecer nos próximos 5 minutos futuros.

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    5. É triste ver a morte da meritocracia. As políticas assistencialistas a mataram e com isso mataram a possibilidade de criar uma geração capaz de lutar pelas suas próprias pernas. E sonhar com passos mais largos... Como se pode sonhar em postos maiores quando tudo está tão disponível e nem se sabe para que serve o esforço (já que ele nunca é premiado! Basta ver nas salas de aulas onde todos “passam de ano”, bons estudantes ou não)?
      (Valéria)

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    6. Orientador: Alberto A. Maia14 de maio de 2013 às 17:18

      Oi Valéria. É verdade: Muitos não sabem para que serve o esforço. Isso equivale a não ter expectativas, nem esperança e nem saber onde se quer chegar. É como um barco perdido ao sabor das ondas.
      A educação envolve esforço, tanto de quem educa, quanto do educando. Despertar bons sentimentos e cultivar valores requer dos pais uma contínua atenção e vigilância para que a criança tenha referências para a condução de sua vida, e não seja levada a cometer repetidos erros que venham a prejudicar tanto a si quanto aos outros.

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  7. Nanci Marti Chiovitti25 de abril de 2013 às 23:16

    Muito importante a observação do Alberto Maia. A disciplina liberta! No texto "Afeto e Limites" de Ivan Capelatto, isso fica bem claro. Pais que dão limites aos seus filhos, sem ceder aos seus impulsos e desejos momentâneos (e muitas vezes, desnecessários), estão na verdade, preservando seus filhos. A disciplina nunca é alcançada sem limites, e é justamente isso que cria o superego e a consciência moral do indivíduo. Mafalda não teria agido como fez se não tivesse desenvolvido o superego.
    A falta de disciplina gera frustrações na vida adulta, pois o indivíduo cresce acostumado a não responder pelos seus atos, o que gera o desrespeito, o preconceito, a falta de aceitação das diferenças. Certamente, este indivíduo terá problemas para conviver em grupo. Como colocou o professor Odair Lanzoni, será um adulto egoísta e imaturo. Ou seja, vemos que sem limites e ordem, teremos cidadãos incompletos, que não têm consciência da necessidade de cumprir seus deveres e acreditam apenas nos seus direitos, esquecendo que o outro também os têm. E a falta de regras e punição que acontece hoje no Brasil (ao contrário do Japão, como colocou a professora Melissa)é um dos fatores que dificultam a busca de uma solução para a indisciplina em nossas escolas.

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    1. Orientador: Alberto A. Maia29 de abril de 2013 às 22:48

      Olá Nanci! Concordo com a sua afirmação de que "sem limites e ordem, teremos cidadãos imcompletos". A educação deve levar o aluno a questionar o seu comportamento, para além do princípio do prazer, para que ele aprenda a lidar com os seus sentimentos. A criança que controla bem os seus ímpetos,tornar-se-á um adulto muito mais seguro e mais autônomo, capaz de influenciar e agir com moderação e equilíbrio nas mais diversas situações vivenciadas por ele. Para Freud "A educação está ligada ao processo de repressão indispensável à civilização no sentido de que, por ela, o indivíduo é capaz de abrir mão de seus instintos em nome da coletividade."
      Há limites salutares que salvaguardam a liberdade.

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    2. Orientador: Alberto A. Maia29 de abril de 2013 às 23:04

      Significado de Repressão: Termo empregado em psicologia para designar a inibição voluntária de uma conduta consciente. Em psicanálise*, a repressão é uma operação psíquica que tende a suprimir conscientemente uma idéia ou um afeto cujo conteúdo é desagradável.(dicionário de psicanálise)
      Observe no quadrinho como o desejo de Mafalda é reprimido.

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    3. Albertinho...você não pode reprimir..pode traumatizar.....

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  8. A consciência moral implica que o homem ultrapasse uma dimensão meramente egoísta na sua conduta. Os princípios morais são normas que orientam o seu comportamento, pois se não os fizermos sentimos que não estamos agindo de acordo com nossos valores. Ela é adquirida através da percepção de mundo, de exemplos e da cultura que nos é transmitida. No caso da Mafalda ela não pegou o troco da mãe, porque internalizou essa moral.
    Nos dias atuais, podemos perceber claramente que foram perdidos valores importantes sobre a família. Os pais não conseguem mais ensinar valores, educar e dar limites aos seus filhos. Essas crianças têm que enfrentar a sociedade cheia de regras sem saber o que é certo e errado. Aquilo que é aceito em casa, como deixar as coisas jogadas, sujar e não limpar, não respeitar os pais, a criança manda e desmanda em casa. Tudo é feito para realizar as suas vontades, como se fosse para compensar a falta de participação, atenção e carinho dos pais na vida da criança, tudo isso equivocadamente atribuido a falta de tempo. Ou em outros casos crianças largadas a própria sorte, sem nenhum exemplo do que é certo ou errado. Descartes (2000) afirma: “O erro não é o simples defeito ou a falta de alguma perfeição que não me é devida, mas, antes, é uma privação de algum conhecimento que parece que eu deveria possuir”. Essa falta de conhecimentos básicos não é aceito pela sociedade, ou seja, ele será obrigado a seguir regras. È isso causa um conflito na cabeça da criança que não consegue ententer o que acontece.
    È preciso que a criança tenha uma formação orientada com principios de justiça, cooperação, igualdade, respeito e amor. Só assim será possível formar cidadãos que tenham senso de justiça e igualdade.

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    1. Orientador: Alberto A. Maia28 de abril de 2013 às 22:35

      Oi Marcia! Muito correta a sua afirmação:"É preciso que a criança tenha uma formação orientada com princípios de justiça, cooperação, igualdade, respeito e amor. Só assim será possível formar cidadãos que tenham senso de justiça e igualdade."
      O mal-estar gerado em nossas escolas é um sintoma de uma sociedade que, constantemente relativizou e afrouxou suas normas e não deu a devida importância aos valores morais e éticos. Um verdadeiro descaso! Consequentemente temos uma legião de jovens sem referenciais de cidadania e de respeito pelo próximo.
      Necessitamos de objetivos inteligentemente estabelecidos e investimentos que priorize o desenvolvimento moral e ético da criança e adolescente.Para isso, o educador deve refletir com os seus alunos sobre as inúmeras influências, boas ou ruins, que recebem das mais diversas esferas da sociedade. Não se pode viver um projeto de vida vazio de conteúdo, sem referenciais sólidos e sem utilidade. Sem farol, o barco se perde.

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    2. Tal naufrágio vem sem anunciado há aproximadamente 30 anos, no meu tempo de início do magistério na década de 80, mesmo nas escolas das regiões pobres de Campinas havia respeito e disciplina, já na década de 90 o descrédito da sociedade pela Instituição Escola começou a ser apedrejada pelas políticas públicas, desmoralização.....mas ainda se encontrava uma maioria de alunos estudiosos, que viam na educação uma possibilidade de futuro, nesta última década....a mídia acabou com a imagem do professor...que parece trabalhar num circo por prazer, ou num manicômio por teimosia...sem valorização social, financeira...O que me preocupa, é a formação dos novos educadores, nós tiranossauros rex não somos melhores nem piores, apenas acredito termos tido uma influência na formação profissional diferente, com mais ética e menos tecnologia. Mais prática e menos teoria, nossas famílias ainda eram formadas de pai e mãe...ás vezes separados, mas pai e mão. Não é crítica, é uma constatação de fatos. O que me preocupa é que as novas gerações de educadores também parem de sonhar... parem de acreditar...porque acredito que esta esperança vigente na realização dos nossos sonhos foi que fez não desistirmos e continuarmos lutando.A segurança do estar acertando no trabalho, amparados pelas leis...hoje todas as leis são contra nós professores....

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  9. Olá Márcia! Achei interessante sua citação do Descartes "O erro não é o simples defeito ou a falta de alguma perfeição que não me é devida, mas, antes, é uma privação de algum conhecimento que parece que eu deveria possuir". Aqui em nossa escola nos deparamos com diversas situações que ilustram esta afirmação. Muitos alunos se comportam de maneira que nós professores julgamos inadequada (como responder mal ao professor quando este solicita que o aluno se sente direito) não por maldade, mas por que não possuem um referencial em casa. Claro que não estou defendendo ninguém e muito menos rotulando como "coitadinho", mas já vi casos da mãe ser chamada na escola para ser alertada sobre a vestimenta inadequada da filha e vir usando short e blusinha curtos. Ou seja, para a filha é normal e aceitável vestir-se desta maneira para vir à escola.

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  10. Acredito na ainda existência de pessoas como a "Mafalda", que acredita em valores morais e/ou espirituais norteadores daqueles que são éticos, honestos, os sinceros e sobre tudo aquelas pessoas que professam: “... os desonestos no pouco jamais serão honestos no muito ...”. Tanto é assim que encontramos na mídia vários exemplos de pessoas "pobres" financeiramente que devolvem "fortunas" em dinheiro, joias e outros bens que encontram em seus afazeres e buscam seus verdadeiros donos para restituir o que foi perdido. Porque essas pessoas fazem isso, acredito, que tais pessoas aprenderam que o mais importante é ter um nome honrado e sem mácula do que se sujar pela desonestidade de não devolver umas poucas moedas que foram entregues a mais em um troco errado.

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    1. Realmente Jobert, ainda resistem pessoas honradas, que tentam acima de tudo, preservar os valores familiares, e não se entregam aos impulsos e desejos que se apresentam, que não aceitam esse modo de vida onde o que conta não é quem você é, e agora também não é mais o que se tem, mas sim aquilo que você aparenta ter. E isso, essa inversão de valores é tão evidente, que como você mesmo comentou, atitudes de honestidade e honradez são passíveis de virarem noticiário televisivo, tamanha a dificuldade e escassez de sua ocorrência, algo que cause espanto ao invés de ser apenas comum a todos. Isto se reflete dentro da escola, nossos alunos que se destacam dentro do grupo, são tidos com estranhos, são excluídos e zombados por serem corretos e aplicados.

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    2. Difícil é encontrar jovens tendo tais atitudes...alguém esquecer de ensiná-los desde criança que a única coisa que faz de um homem um verdadeiro homem é sua honra!! e não sua conta bancária, sua aparência, sua "esperteza"...

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  11. Nos dias atuais fica cada vez mais difícil encontrar “Mafaldas” como apresenta o texto. A preocupação com o que é tido como “socialmente certo” está tão distante do que hoje é “socialmente aceito” pela maioria esmagadora, aparentando ser esta uma atitude que cause, nessa maioria, certa estranheza, e a indagação; será que eu faria o mesmo? Uma vez que “está“ tão comum se apropriar do que é do outro, e por vezes - do outro, que exemplos disto vemos aos montes no nosso cotidiano. No dia anterior a este que aqui escrevo, fui até a lanchonete de um hipermercado e presenciei uma “mãe” pedir um lanche, pegá-lo, e em seguida, de forma sorrateira e, naturalmente, sair sem pagá-lo. Isso na presença do filho!!!!
    Os valores caíram por terra, o que era para ser completamente normal, natural, espontâneo, certo; hoje está fora de moda, não condiz com a realidade, é careta, superado, “não dá nada”, “to nem aí”, “suave”. E isso é o que temos pra hoje, o que vive a maioria, nossa maioria, aquela que diariamente “tentamos endireitar como quem tenta endireitar um galho que já nasceu torto”. E esse, nem é nosso papel!

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    1. Esse exemplo que você nos dá é muito triste.É prova de que os valores estão realmente invertidos.COmo que essa mãe vai exigir uma postura adequada do do filho se ela mesma deu um péssimo exemplo? Isso tem que mudar se quizermos ter uma sociedade mais justa.

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  12. Primeiramente gostaria de dar boas vindas e desejar bom curso a todos.Infelizmente nao podemos realizar todos os nossos desejos.Temos que pensar nas concequencias.Devemos respeitar os limites,saber ate onde podemos ir sem prejudicar o próximo respeitando também as leis,que infelizmente no nosso pais sao muito brandas,e há sempre uma maneira de "dar um jeitinho brasileiro" e conseguir transgredi-las. Vivemos em uma cultura onde temos que nos dar bem,sem se importar a quem vamos prejudicar. Esse pensamento tem que ser mudado,e isso se faz através de bom exemplos aos nossos filhos desde pequenos,impondo limite e ensinando -lhes o que e serto ou errado. Não podemos ser felizes realizando desejos a qualquer custo,sabendo que vamos prejudicar alguém.

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  13. Nanci Marti Chiovitti7 de maio de 2013 às 06:25

    Olá a todos! Gostaria só de lembrar que cabe à escola sim o resgate de valores éticos. Apesar da ausência da família, o que nós como educadores, podemos fazer por estes jovens? Certamente, como bem colocaram os colegas Bruna, Elaine e outros, a ação do Conselho Tutelar e os limites impostos pelo ECA deixam a escola de mãos atadas muitas vezes... mas é preciso estabelecer limites a estes jovens, pois como colocou o professor Maia, serão adultos irresponsáveis e incompletos. Em alguns países, como é o caso da França, as escolas estão dando aulas aos pais sobre como educar. Fico pensando que os pais brasileiros também deveriam ter orientação (talvez até muito mais), pois não estão assumindo sua tarefa de serem realmente pais... Por isso mesmo é que os pais tentam compensar esta ausência com o tênis da moda e o celular último tipo, quando o que a criança precisa é de mais afeto e limites. Hoje os pais perdem a oportunidade de ensinarem, durante uma brincadeira, por exemplo, valores como o respeito pelo próximo, honestidade, etc. Acredito que mudar a educação na escola exige mudança de mentalidade da sociedade e maior participação da mesma na vida escolar.

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  14. Liberdade versus convívio social, esses dois ideais são almejados por todos na busca de uma vida feliz, afinal, se por um lado “ninguém é uma ilha” que consiga ser feliz sozinho, por outro, deseja e, na atualidade cada vez mais, a satisfação plena de seus desejos. Entretanto, estes dois parâmetros são um tanto quanto contraditórios, pois se cada indivíduo levar a sua liberdade ao limite, a convivência social fica impossível, assim, é necessário haver um equilíbrio harmonioso.
    Para atingir esta harmonia o superego tem uma função importante: restringir as pulsões do ID que tornariam insuportável a vida do indivíduo em sociedade.

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    1. Lucimara, concordo com você e confesso que me identifico muito com algumas situações que você mencionou no seu comentário, contudo eu vejo que hoje nossos educandos estão vivendo realmente ILHADOS, e sua ilha chama-se REDES SOCIAIS, eles vivenciam a "amizade virtual", onde ninguém fala olhando nos olhos com quem dialoga e ainda se afastam das pessoas com a desculpa de estar "conversando no face" a ponto de familiares dentro de casa chamar um ente querido pelo celular ou então uma aluna do 3o. ano do E.M. ligar para um telefone fixo, de sua amiga, e perguntar: "De onde você está falando?" - esse depoimento me foi confidenciado ontem em uma de minhas aulas à noite, está tão comum conversar só pelo celular, que quando se liga para um fone fixo, a conduta é a mesma - tudo está automatizado e sempre A DISTÂNCIA.

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    2. Olá Jobbert,
      Por acaso, desta vez, não consigo concordar com você nesta comparação entre “ilha e rede social” vejo o “ilhado” como sendo alguém que não consegue se relacionar com ninguém, em nenhuma situação, eu vejo estes extremos, de filhos sendo chamados pelo celular por seus pais enquanto estão dentro da mesma casa, como consequência não das redes sociais, mas, sim do próprio relacionamento que foi construído por estas famílias. Particularmente, vejo as redes sociais como um elo de ligação entre pessoas com interesses em comum, se a ligação a uma rede social interferir e prejudicar os relacionamentos não virtuais, significa que esta pessoa tem problemas de relacionamento, pois não consegue conviver em ambientes diversos.

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    3. Concordo com a Lucimara. A função das redes sociais é justamente aproximar pessoas. Pelo Facebook, mantenho contato com meus familiares que moram em cidades distantes, observo os filhos dos meus amigos crescerem através de fotos que eles postam e dá até para enviar currículos profissionais. Eu acredito que, quando uma pessoa adiciona outra à sua rede de contatos, mesmo que tenha pouco contato pessoalmente, ela quer justamente se sentir mais próxima da outra, compartilhar sua vida e também saber da vida do outro. Aqueles que são tímidos ou possuem problemas de relacionamento conseguem se expressar melhor virtualmente. Porém, o que acontece em muitos casos é que o usuário de redes sociais não sabe dosar seu uso. Quando você se conecta com muitos ao mesmo tempo, não consegue aproveitar o momento, que fica superficializado. É só olhar nos restaurantes e lanchonetes, sempre há um grupo de amigos onde cada um está conectado a outro lugar com seu celular, ao invés de aproveitar o momento juntos.

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  15. Concordo com o grupo. Isto me faz pensar sobre o que é moralidade. Uma prática da moral como parte consciente do ser humano. É muito complicado EDUCAR MORALMENTE uma criança, as atitudes em palavras, gestos e pensamentos, possuem poderes sobre uma criança ainda em formação, cuidados estes que já se perderam na infância. Aliás estamos vivendo num momento histórico social de crises, onde a infância está desaparecendo e valores estão sendo distorcidos e eliminados das práticas sobretudo na família. A moralidade não é ensinada por sermões apenas, ela vai se dando a partir das pequenas experiências diárias que cada pessoa adquiri ao se relacionar com o outro. Para falar da moralidade infantil é preciso considerar que a criança tem uma concepção do que é certo, do que é errado, do valor de verdade, do valor de mentira, completamente diferente do adulto. Para a criança aprender o respeito, tem que viver em um ambiente de respeito. Ao mesmo tempo que eu amo, eu também temo. E as crianças perderam o medo, a vergonha ou nunca tiveram porque não aprenderam. Esse sentimento é o respeito! Para aprender a falar baixo, é preciso que se fale baixo com ela. Os limites são necessários e eles precisam existir. A criança necessita disso para se sentir amada, protegida. Para chegar à autonomia, ela precisa primeiro dos limites colocados pelo adulto. Depois ela irá construindo os seus próprios limites. O que em nossa sociedade se perdeu, foram estes exemplos, atitudes dentro da sociedade, da família, da escola e do mundo em que o cerca. Quando nós estudamos a ética, o limite da moral são os atos e não os sentimentos. Todo sentimento é permitido, é aceito, não existe sentimento bom ou ruim. Faz parte da natureza humana sentir raiva, sentir inveja, sentir amor, sentir ódio, sentir carinho. Mas o problema é que os atos são limitados. Eu posso desejar muito um homem, mas eu não posso agarrar o homem na rua. Eu posso ter vontade de te matar, mas eu não vou te matar. O primeiro passo para mudar um comportamento de uma pessoa é criar um vínculo de afeto. O caminho da educação nunca é o da humilhação, do ataque à dignidade, do grito, do castigo. É o contrário. Se eu quero modificar o comportamento de uma pessoa, eu tenho que mostrar que eu confio, que ela é capaz. Porém resgatar estas atitudes de confiança é o que está sendo nosso maior desafio. Vivemos desconfiados do mundo, não temos uma relação social de confiança uns com os outros e estamos sendo educados a desconfiar e temer o mundo. Nos falta liberdade e para termos liberdade precisamos saber ter limites, confiar e demonstrar confiança de atitudes, de caráter, que ficam expressos em nossas palavras e ações.

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  16. Rodrigo, eu sinto que hoje na sala de aula, nós estamos tentando, sem muito êxito, endireitar galhos que nasceram tortos e não só torto mas contra os raios da luz, como que fugindo da luz que lhe dá vida.
    Contudo ainda restam algumas árvores que aceitam nossa intervenção e redirecionam o sentido de crescimento.

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  17. Penso que no papel de professor, nos cabe apenas e tão somente reproduzir o conteúdo programático e estamos fazendo aquilo que no nosso tempo de "colégio" era a única preocupação - ensinar os conteúdos descritos no "plano de ensino" - contudo hoje as nossas crianças necessitam de educadores, que além da obrigação de um professor competente, ainda precisa de um espelho onde mirar a honra, ética, honestidade, princípios morais, etiqueta, higiene e sobre tudo orientação para a vida profissional. Nossos educandos necessitam de alguém que faça o papel dos pais nas famílias estruturadas e equilibradas. Eles precisam de limites e querem receber esses limites, pois assim eles obtém, no meu pensar, aquilo que eles mais necessitam - ATENÇÃO DE UM ADULTO QUE DEMONSTRE QUE SÃO IMPORTANTES PARA ALGUÉM, que por infelicidade não é nenhum familiar, mas seu(a) educador(a).

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  18. Nanci Marti Chiovitti12 de maio de 2013 às 18:34

    Muito importante o que a Melissa colocou. Uma criança autônoma não é a que tem medo de tudo e que só obedece pelo temor, pela repressão, mas sim uma criança que antes aprendeu os limites por meio da transmissão de valores fundamentais como a honestidade, a sinceridade e o respeito. Acontece que se a criança não vê isso em casa, não tem o exemplo pelo menos dentro de seu grupo de convívio familiar, fica bastante complicado que ela pense se está prejudicando o outro. Já presencie alunos que simplesmente tomam o que é o do outro e não acreditam que foi um roubo. Parece meio que normal hoje em dia, alguém simplesmente pegar algo que aparentemente não tem dono. Mas acredito que isto acontece por causa desta falta de orientação e limites. Se ninguém ensinar a não pegar o que não é seu e explicar de maneira convincente o porquê não o deve fazê-lo, a criança achará normal este tipo de atitude

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  19. Os valores familiares são fundamentos morais que determinam a consciência humana. Embora vivendo em uma sociedade individualista e consumista, ainda é grande o número de famílias que tentam ensinar a seus filhos valores como honestidade e ética. A tirinha demonstra exatamente isso. A Mafalda foi honesta com ela mesma e com sua mãe. Isso nos mostra o quanto os valores de família estão enraizados na personagem. A pouco tempo li uma frase que acho que se encaixa nessa discussão: “Não tente ser bem sucedido, tente antes ser um homem de valor!” (A. Eisnten)

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  20. Nanci Marti Chiovitti27 de maio de 2013 às 10:56

    E por falar nesta sociedade individualista e consumista citada pela professora Letícia, cito aqui um trecho do texto "Subjetividade: uma luz sobre a Violência", da jornalista Lúcia Rocha. Baseando-se no trabalho "Vida e Morte: uma batalha de gigantes", da pesquisadora Ruth Vasconcelos,afirma-se o seguinte:
    "Todos almejam a felicidade. No pensamento freudiano, o ser feliz vincula-se à plena satisfação dos desejos, ao viver sem limites. Viver em coletividade, no entanto, exige renúncia: não se pode fazer tudo o que se quer. Existe um ideal cultural e, a partir dele, foram estabelecidos limites e organizadas instâncias reguladoras das relações sociais – as leis. Mas tudo isso se contrapõe à natureza original do homem. No intuito de restringir os movimentos pulsionais que podem gerar conflitos e desavenças no convívio social, os homens trocaram parte de sua liberdade por uma parcela de segurança."
    Pois bem, quando a sociedade, a família e a escola não estabelecem limites claros à criança ou ao jovem, o que temos é o aumento da violência e da criminalidade, pois desde pequeno, o indivíduo terá como objetivo apenas satisfazer os seus desejos e mais tarde, quando pessoas ou instituições lhe disserem que deve obedecer certas regras e limites, a reação se traduzirá em agressividade e violência. Dai também o fato da escola frustrar certos tipos de alunos, uma vez que os mesmos cresceram já sem disciplina, limites e valores como a colaboração com o outro e o respeito.

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    1. O que nos faz ainda acreditar que pequenas melhoras podem ser construídas é o fato do homem não ser um indivíduo pronto,com raras exceções,algumas atitudes podem ser lapidadas, alguns sentimentos podem ser acionados, alguma esperança pode germinar como uma bela orquídea num ambiente seco de escrúpulos e árido de gentilezas.

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    2. Pode não ser o caminho mais fácil, mas é indispensável encontrar o ponto de equilíbrio entre o limite e a liberdade para que os pais ajudem na formação de seus filhos. A ausência de regras e limites será interpretada pelos filhos como falta de atenção. Pode até ser difícil estabelecer limites, pois exigem paciência e persistência, porém não é possível educar filhos sem eles.Não existe, ao meu ver, educação sem regras, educação sem limites....

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  21. As crianças de hoje são vítimas , fazem vítimas. Envolvidas com o tráfico de drogas, com a criminalidade, buscam uma ilusão. Vivem um mundo a parte. Os pais trabalham cada vez mais em busca de conforto. Privadas de liberdade, cada vez se socializam menos. As famílias justificam os problemas pela falta de tempo, outras vezes justificam com os riscos e medos de uma sociedade cada vez mais violenta. Essas crianças não sabem ouvir o “não” como resposta. A falta de tempo para a convivência com os filhos faz pais e mães compensarem com bens materiais, com a intenção de evitar o sofrimento. Mas as crianças sofrem de solidão, de insegurança e de dúvidas. As pessoas tem medo do contato, do convívio, dos desafios que a interação social coloca. O coletivo é o espaço do limite, da flexibilidade, das trocas e das perdas e do “ceder”. O mundo virtual coloca as pessoas em contato com tantas pessoas e ao mesmo tempo com a solidão. Hoje, as crianças não têm limites.

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