Apresentação


Apresentação

A pós-modernidade (termo surgido por volta da década de 1930, mas que ganhou amplitude a partir da década de 1970) trata-se de um questionamento da Idade Moderna. Segundo muitos historiadores, esse período histórico nasceu no alvorecer do Iluminismo, ou mesmo antes, na Renascença, que elevara a humanidade ao centro da realidade. Foi um momento de grande otimismo, com o fortalecimento da ideia de que o ser humano poderia dominar a natureza se descobrisse os segredos dela. A religiosidade medieval teocentrista deu lugar à "religião natural" que, depois, acabou substituída pelo racionalismo cético. Acreditava-se que o conhecimento era preciso, objetivo, bom e acessível à mente humana. Assim, a felicidade repousava sobre os avanços científicos e tecnológicos (imprensa, pólvora, caravelas, motores...), até que eclodiram as duas guerras mundiais. A desilusão tomou conta da humanidade ... 

Não se tem mais certeza de que a mente humana possa organizar a realidade de maneira coesa. O que ocorre a partir daí é um "duelo de textos", verdades relativas, pontos de vista distintos. Começam os questionamentos na área da Linguística e desconstrutivismo. As emoções e a intuição - substituindo a tão valorizada razão - passam a ser vistas como caminhos válidos para o conhecimento, que é sempre incompleto e relativo. Impera a crença no fim da verdade absoluta. O conhecimento é substituído pela interpretação. Para Jean-François Lyotard, pós-moderno é a "incredulidade em relação às metanarrativas", ou cosmovisões.

(Disponível em http://www.outraleitura.com.br/web/artigo.php?artigo=243:Cristaos_no_mundo_pos-moderno). 


Se a modernidade lutou para construir valores, normas e limites que eram mantidos por instituições fortes e reguladoras (família, escola, igreja, estado), na pós-modernidade a tônica é a desregulamentação. Se a modernidade procurava projeto e sentido para a vida e para o futuro, a pós-modernidade se entrega ao acaso e ao presente. Esse espírito impera, hoje, em quase todo o mundo ocidental causando grande impacto na cultura, na educação, como também no âmbito das relações humanas, tornando-as cada vez mais frágeis e descompromissadas. É como se o que era sólido, afetado pelo calor das rápidas transformações, se tornasse líquido, fluído e informe. A vida em comunidade, caracterizada por vínculos fortes e duradouros, foi substituída por uma sociedade de indivíduos voltados para o mercado, consumo e entretenimento.
Vivemos em uma sociedade à deriva, sem farol, nem porto, possuidora de uma amnésia histórica, com uma enorme crise ética presente no dia a dia. O indivíduo se move ao sabor das circunstâncias, como uma folha impelida e agitada pelo vento, guiado por estilos e modismos. Isso se dá num ritmo frenético, jogando o indivíduo ao sabor de novas e rápidas transformações. (Alberto Alves Maia)


Nesse contexto, como podemos pensar em resgate de valores?